Fala galera! Hoje o perrengue não é meu (ufa!, pelo menos uma vez, vai! rss)...
Hoje vocês se divertirão às custas da Michele Nunes, (aproveito para declarar publicamente que ela precisa me convidar pra conhecer as chachus de Minas, vocês não acham?! =D) Ela é linda e dona do IG @michelenaestrada, que, desde já, vos convido a acompanhar as dicas maravilhosas que vem de lá!
Massss, chega de papo e bora conferir o perrengue alheio?
"Então era Paris e eu estava enfim fazendo a minha viagem dos sonhos! Mas como toda boa viagem, essa também precisava de um perrengue. Senão, que história eu iria contar para os meus filhos e netos, não é?!
Eu estava hospedada em Paris, na casa do meu primo, quando decidi fazer um bate e volta até uma cidade na divisa da Alemanha, Strasbourg. Ninguém podia ir comigo então decidi ir sozinha. Depois de dois metrôs, um trem, sozinha e sem falar língua nenhuma sem ser o Português, cheguei em Strasbourg.
Cidade linda! Sobrevivente da segunda guerra mundial, hoje casa de estudantes e um povo bastante hospitaleiro. Aproveitei muito o dia lá. Andei pela cidade, tirei fotos lindíssimas, comprei alguns apetrechos e finalizei meu dia com um gelato em frente a espetacular Catedral de Notre Dame de Strasbourg.
Eram 16:30, comecei a andar para pegar meu trem de volta. Meu celular havia acabado de descarregar, mas não fazia mal, eu me lembrava do caminho e de qualquer forma tinha o mapa de papel.
Comecei a andar seguindo os pontos turísticos pelo qual já havia passado. Aproveitando para me despedir da cidade. De repente cheguei em uma praça, com quatro ruas iguais, parei e pensei em pouco, escolhi uma das ruas e segui por ela.
Depois de algum tempo de caminhada dei de cara com o hospital da cidade. O que me assustou, porque hora nenhuma do dia eu havia passado por ele. Descobri então que eu estava perdida. Decidi voltar a praça para tentar me localizar novamente.
Quem disse que eu achava a praça! Mantive a calma. Decidi olhar o mapa de papel pela primeira vez. Para minha surpresa o mapa era apenas do centro da cidade e eu já estava fora do centro. Ou seja, o mapa não mostrava nem a praça, nem onde eu estava e muito menos a estação do trem, que era nas imediações da cidade.
Parei um rapaz que estava de bicicleta para perguntar onde ficava a estação de trem. Mas quando eu já estava parada na frente dele (com ele me olhando assustado) lembrei que não falava Inglês, nem Francês. Comecei a dizer num sotaque péssimo e embolado: Where is the train? Sem nem ter certeza se a frase estava correta!
O rapaz ficou com aquela cara de: Que trem? E começou a apontar para uma espécie de bondinho que passava na cidade. Mas o que eu queria era o trem bala que ia para Paris! Ele até se esforçou para me ajudar, tadinho, mas não conseguiu. Por motivos óbvios ne!
Nesse momento o desespero começou a bater, as horas avançavam e o trem ia sair! Eu não tinha dinheiro para comprar outro, não tinha bateria no celular para pedir ajuda caso eu perdesse trem, nem para avisar meu primo do acontecido, caso eu perdesse. Minha cabeça dizia para ir para a esquerda, minha intuição dizia para ir pra direita.
Decidi seguir minha intuição! Corri para a direita, sem saber ao certo para onde eu estava indo. Parei num sinal aberto para os carros, aguardando para atravessar a rua. Quando olhei para o lado, o milagre estava ali! Pregado em um ponto de ônibus, um mapa de Strasbourg completo!
Inclusive a região da Estação que eu precisava! Bati o olho nele e logo memorizei para onde deveria seguir. E fui! Correndo, com um sorriso no rosto, descabelada, pela rua afora. Cheguei na Estação a tempo e peguei o trem. Já acomodada no meu assento, ri sozinha sem saber que mais um perrengue me esperava quando eu chegasse em Paris.
As 21:30h eu chegava na linda e congelante Paris, e então me dei conta de que não sabia como chegar na casa do meu primo. Meu celular descarregado escondia o endereço. E agora?
Decidi seguir minha intuição de novo e me guiar pelos pontos que eu tinha como referência. Comecei pela imponente Torre Eiffel. Sabia que meu primo morava no oposto dela. Então segui para a esquerda uma vez que ela estava à direita. Lembrei também que a rua dele fazia
esquina com o rio Sena.
Então segui pela margem do rio tentando, na escuridão da cidade-luz,
me lembrar das coisas. Depois de andar uns 15 minutos, já pensando que tinha errado o caminho, avistei um balão enorme que indicava um parque, me lembrei que na esquina da rua dele ficava esse parque.
Perfeito! Eu tinha encontrado a rua. Desci a bendita rua feliz e sem acreditar em tudo o que já tinha acontecido naquele dia. Encontrei o prédio dele, me lembrando que era de grades cinzas e naquele quarteirão era o único que tinha essas características.
Quando olhei pro interfone: um novo problema! O número do apartamento e do andar ficaram no telefone descarregado! Não tinha como interfornar e pedir para abrirem. Então fiz a única coisa que me restava: gritei!
Sim, cheguei embaixo do prédio e gritei a plenos pulmões: Ohh Marquinhos! Ohh Marquinhos. Varias vezes, até todo mundo do prédio começar a sair nas janelas . Apesar da vergonha, funcionou! Meu primo abriu o portão pra mim e eu consegui entrar sã e salva.
Quando entrei no apartamento minha tia estava fazendo orações por mim, já achando que o pior tinha acontecido. Meu pai xingando horrores em mil áudios do whatsapp pensando que eu estava desaparecida, ameaçando atravessar o oceano para me procurar.
Mas, felizmente eu estava bem e com a lição aprendida: anotar todas as informações da viagem em um caderninho, levar um mapa de mão completo e carregador portátil.
Enquanto escrevo esse texto e me recordo dos acontecimentos, até pra mim essa história pareceu loucura! Apesar de tudo, Paris continua sendo minha cidade preferida no mundo!"
Você também tem um perrengue de viagem pra contar? Me chama no IG ou me manda um e-mail! Esse espeço é nosso!
Michele, obrigada por compartilhar! Um beijo!
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